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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Os fichas sujas e o abuso econômico no Marajó



Não faz muito tempo que ouvi o meu falecido pai dizer que eleições sucessivas acontecem e parece que são as mesmas pessoas. Aquilo provocou uma nuvem de indagações e até hoje aquela observação volta aos meus pensamentos, assim como grandes ensinamentos do velho Mundinho.

Saí de uma eleição que até parece ontem e olha que eram seis candidatos a prefeito e centenas de postulantes ao cargo de vereador. A estratégia foi bem bolada e a falta de experiência dos concorrentes não permitia uma avaliação lúcida. Porém, ouvi entendimentos sobre o que se passava nos bastidores da política, embora as considerações feitas fossem só visíveis aos olhos de quem sabe ler os acontecimentos.

Um amigo dizia que parece um complô orquestrado por vários políticos que tomaram para si o Estado do Pará e, nesse caso nosso, o Marajó. Diante dessa observação, vejo mesmo candidatos “fichas sujas” apostarem nos seus filhos, filhas ou outros parentes. Uns são tão jovens que a cara lembra um meninão do ensino fundamental, mas possuem a idade prevista na Constituição Federal para assumir uma vaga na Assembleia Legislativa. Há, inclusive, previsões de gastos de campanha que assombram a pobreza dos marajoaras: algo como 30 milhões de reais para um único candidato. Na nossa região isso deveria ser considerado abuso de poder econômico, especialmente numa terra onde meninas famintas trocam seu corpo por uma lata de conserva.

As caras não vão mudar, haja vista que o jovem pensa que a mudança vem daquele que possui dinheiro, não bastasse o exemplo da venda do próprio corpo, agora a dignidade amarrada aos princípios familiares, sociais e pessoais também estão à venda. Nutre-se com isso a política da compra de voto, que acha terreno fértil na falta de consciência daqueles que possuem melhor formação e pouco caráter, dito isto a uma enxurrada de críticas que irei receber por falara unicamente a verdade. Nesta terra, o ditado de que o que é bom pra mim não o é para o meu próximo, como se a isso não estivesse atrelado um poder de manobra para esconder o eu, ou em outras palavras, o egocentrismo que já traz em si a permanência do atraso.

Ouvi nesses últimos dias uma confissão de que já tínhamos certeza, quando um candidato afirmou que o Marajó é um lugar de difícil acesso e caro e que seria mais um complemento aos votos que são mais rentáveis na zona metropolitana de Belém e Sul do Pará. A verdade dita de forma nua e crua com requintes de crueldade com relação a nossa inteligência sobre a desorganização dos tupiniquins.

Como o dia dos pais para mim foi morno, sem graça, mas cheio de reflexões, creio que meu pai tinha razão nas suas afirmações sem mesmo ter lido grandes pensadores sobre a formação do estado (Karl Marx) e o pensamento político (Maquiavel)


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