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domingo, 13 de julho de 2014

A dura labuta dos professores em busca de formação continuada

A barbárie toma conta desde a falta de apoio a professores
Ao ler, numa revista masculina, sobre a “Dura labuta das putas”, vi o quanto de trabalho e dispêndios a profissional do sexo é forçada, se quiser continuar no ramo. Nesta semana, pude constatar as dificuldades do professor que precisa de uma formação continuada e o fiz pessoalmente porque também estou numa turma de pedagogia da UFPA, cuja porta de entrada foi o PARFOR.

Gestores municipais que aderiram ao convênio estão deixando de proporcionar condições aos professores que se deslocam para outros municípios em busca da formação, especialmente daqueles que possuem apenas o Médio para atuar no ciclo da alfabetização. Entre eles estão municípios como Bagre, São Sebastião da Boa Vista e Portel, só para citar alguns.

Em Portel, por exemplo, os professores temporários foram distratados no fim do último mês de junho. Sem condições financeiras de bancar despesas longe de seus lares, vi a angústia, a tristeza e até as lágrimas de professores que não recebem nem a ajuda para o transporte.

De Portel a Breves, cada professor gasta vinte reais e, somando-se a volta nos fins de semana para ver filhos e cônjuge, mais vinte reais, sem considerar gastos com lanches, almoço e transporte mais barato que é o mototaxi no valor de 3 reais cada viagem. Na segunda, 7, gastei 3 reais com um mototaxi para me conduzir a lancha que faz percurso entre Portel e Breves. Na lancha, desembolsei mais 20, uma vez que não tenho a carteira de estudante, mas já estou com a ficha de requerimento em mãos e aí poderei diminuir esse gasto em 50%. Em Breves, gastei 15 reais com um taxi. Para chegar até a escola onde funcionam várias turmas da UFPA, despedi mais 3 reais e, na volta para a casa de minha irmã, mais 3 reais. Um lanche de a 3 reais, aí envolvendo uma coxinha e um suco de maracujá. Total num dia só: R$ 54,00.

Levo sorte por ter parente para me acolher. O mesmo não acontece com a professora Ruthe, originária do município de Portel também. Ela e mais colegas moram num quartinho, muito apertado. Além do sofrimento causado pelo abandono por parte do setor público, há ainda a saudade e companhia dos entes queridos, os filhos, esposo ou esposa. As perdas são imensas. Uma colega teve sua bicicleta furtada de dentro da área da escola Elizete, já que nem o governo de Breves nem a UFPA se dignificaram em prover um agente de portaria ou vigilante para proteger pelo menos os bens dos estudantes.

Além da queixa de falta de cumprimento com as cláusulas do convênio, os acadêmicos reclamam também da ausência de sinal de internet na escola Elizete Nunes, assim como a distância entre essa unidade e o campus, onde estão centrados recursos como biblioteca e outros, entre eles data show, caixas de som, microfone. As salas também são quentes, com apenas uma provida de um ar-condicionado do tempo do Ronca. Uma sala causou pavor com um curto circuito nas instalações antigas e inadequadas da escola Elizete Nunes, mantida pelo Governo do Estado.


Até mais sobre a Dura labuta dos professores!

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