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quarta-feira, 11 de junho de 2014

A COPA E O HEXA


Artigo publicado no jornal O Liberal, 1º caderno, pág. 02, edição de hoje, 11/06/2014, quarta-feira. Por Nicias Ribeiro.


Amanhã, 12 de junho, começa o maior torneio futebolístico do mundo, a Copa do Mundo da FIFA, que, neste ano, se realizará no Brasil e cuja solenidade de abertura ocorrerá no estádio do Corinthians, em S. Paulo, onde logo após haverá o jogo do Brasil com a Croácia, ocasião em que vem a esperança de que o futebol, a mais potente magia esportiva jamais criada pelas sociedades humanas, possa propiciar aos brasileiros um momento de alivio para as dificuldades e frustrações, vividas no seu dia-a-dia, inclusive, o sonho de que essa seria a “melhor” Copa que o mundo veria desde a primeira, em 1930.

Em 1950, aquela fatídica Copa que o Brasil perdeu para o Uruguai na final, em pleno Maracanã, eu não a vivenciei, pois tinha apenas dois anos. Também não lembro da de 1954, pois ainda era muito menino. Porém na de 1958, já com 10 anos, lembro-me do surgimento do Pelé, com 17 anos, que deu um show no jogo contra o País de Gales e depois na final contra a Suécia, sendo aclamado “rei do futebol” pela própria realeza sueca. Já com 14 anos, em 1962, recordo-me do show do Garrincha, o homem das pernas tortas, junto com Amarildo que havia substituído Pelé, que tinha se contundido e ficou fora da Copa. Em 1966, na Inglaterra, a Seleção Canarinha foi uma lástima, graças à desorganização da então Confederação Brasileira de Desportos. Ainda não havia sido criada a atual CBF – Confederação Brasileira de Futebol, que surgiria anos depois. Em 1970, em pleno regime militar, o jornalista João Saldanha foi nomeado técnico da Seleção, que, obviamente, convocou os jogadores que logo foram apelidados pela imprensa de “as feras do Saldanha” e que, aliás, conseguiram classificar o Brasil nas eliminatórias com louvor. Mas, o Saldanha possuía uma personalidade muito forte e logo entrou em conflito com setores do governo da época e foi demitido. Para o seu lugar foi nomeado o técnico Zagalo, que, a rigor, já encontrou a seleção praticamente pronta, com aquela equipe fantástica formada por Pelé, Tostão, Rivelino, Jairzinho e pelo espetacular Gerson, no meio de campo. E ai as “feras do Saldanha” passaram a ser chamadas de as “formiguinhas do Zagalo”, em homenagem ao próprio Zagalo que assim era chamado na Seleção de 1958.

Tudo pronto, a Seleção viajou para o México. E o jogo mais esperado era contra a Inglaterra, a então campeã mundial e que tinha um time bem preparado e cujo goleiro, Banks, era simplesmente espetacular e cuja cidadela só caiu graças à genialidade de Pelé, que, ao receber um passe, deixou passar para Jairzinho fazer o gol, o único daquela histórica partida. Na final, como todos sabem, foi aquele show de bola sobre a Itália, que, como o Brasil, também era bicampeã mundial de futebol. E como todos sabem, o Brasil ganhou aquela Copa e trouxe, em definitivo, a taça Jules Rimet que, para a tristeza e vergonha dos brasileiros, foi literalmente roubada da séde da CBF e dizem que foi dissolvida, para ser vendida.

Quando o Brasil ganhou pela primeira vez a Copa do Mundo, em 1958, Nelson Rodrigues disse, em sua crônica, que o brasileiro havia perdido o complexo de “cachorro vira-lata”. E quando roubaram a taça Jules Rimet ele teria dito o que?...

Em 1974, não sei se lembram, a seleção foi aquela água. A Alemanha sagrou-se campeã, apesar da Holanda merecer o titulo com a sua famosa “laranja mecânica”, com Cruyff dando o seu show particular. A partir dai o Brasil, tricampeão mundial de futebol, passou a inventar novidades como o “jogo polivalente”, o “jogo recuado”, “time sem pontas”, “pontas falsas” e assim por diante. Mais de uma década se passou até que, com o Parreira, foi possível se chegar ao tetra, graças ao Romário e àquele espetacular gol do Branco, na Holanda, e ao Taffarel que defendeu os pênaltis. E mais tarde, já com o Felipão, a conquista do Penta, graças ao desempenho de Ronaldo, “o fenômeno”. Agora, mais uma vez busca-se o hexa. Desta vez, a Copa do Mundo é no Brasil. E que se imaginava fosse a Copa das Copas, como, aliás, foi prometido em 2007 pelo ex-presidente Lula. Era para ser uma coisa e saiu outra. Na verdade, como diz o ex-jogador e hoje deputado Romário, “já perdemos a Copa fora do campo, agora só nos resta rezar para irmos bem lá dentro”. Vamos torcer.

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