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terça-feira, 29 de abril de 2014

Exclusão: onde acontece?



O que é inclusão na escola? Essa pergunta foi feita durante uma formação que participei no início deste mês e nos faz refletir.

Como eu sou “inxirido”, logo meti a minha colher ferrugenta e disse que, nos meus tempos de aluno, eu era excluído dos grupos de alunos. Só era incluído quando havia necessidade de contribuir com meu talento de desenhar, escrever, resumir, ou melhor, minhas habilidades em ser um bom estudante.

Prossegui a minha arenga relatando casos de colegas que sofriam bullying sem o saber ante a ausência da definição em ser abusado, maltratado ou mesmo excluído. A prática não provinha exclusivamente dos colegas, mas também dos professores ou mesmo da própria escola como um todo. Numa determinada escola havia uma sala em que eram selecionados os filhos de papai, aqueles que compunham a elite da sociedade portelense.

Para demonstrar a exclusão por parte de professores, durante a existência do blog publiquei uma postagem que contava a história do “Lélio, um estudante sem motivação”, que não tinha habilidade com os afazeres da escola, coisa que ele nunca teve oportunidade com sua família que era tradicionalmente composta de analfabetos ou semianalfabetos. Na escola, sua habilidade com a bola nunca foi valorizada, pois educação física sempre foi eminentemente recreativa.

Embora a prática do esporte seja louvada nas páginas dos livros de história e promovida pelos órgãos de saúde e, recentemente, pelos setores de educação, a exclusão se agiganta naturalmente dentro de uma sociedade onde o consumismo determina que é melhor quem tem mais. Nesse sentido, alguém tem que ser excluído, naturalmente. Exemplifiquei as centenas de alunos que ficam na arquibancada, infelizes por não possuírem a mesma habilidade em jogar futsal, vôlei, etc. Deveria haver bilhar, xadrez e outras modalidades para os estudantes com outra vocação que não seja a força bruta.

Mesmo durante uma festa comemorativa – páscoa, dia das mães, etc -, vemos que professores com menor poder aquisitivo também são excluídos. Brindes caros comprados por um professor não pode ser ostentado por outros com menor carga horária e até formação, resultando numa festa com visível produção com vestes excludentes aos olhos dos convidados, também aí diminuídos.

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