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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Portel: pensamentos sobre riquezas e bênçãos

Ainda repercute a última festa de reveillon ocorrida na praia do Arucará. Peraí! Arucará? Por que Arucará? Uma homenagem? Eis que devemos ponderar...

Naquele momento de festa, a cabeça não para de pensar. Entre tais pensamentos, vem a inusitada pergunta sobre a tentativa de nomear esta bela praia de Chapeu Virado ou mesmo Açurinis. Não colou. Não colou como colou o nome da praia da Vila Velha, pois ali existiu mesmo uma vila velha, resultando no nome do bairro onde se situa a igreja que quase sucumbe à falta de conhecimento histórico de um prefeito do passado que tentou demolir a igreja construída há mais de 400 anos, sob a pretensão de reerguer uma nova igualzinha à construída pelos padres jesuítas.

Mas ao aprofundar o pensamento, enquanto os fogos eram disparados e o povo permanecia mesmerizado, cheguei a cogitar da inadequada letra do hino portelense que diz que "de Portugal chegou a nossa bênção", quando nossos antepassados exterminaram os índios que aqui viviam e a única coisa que podemos deixar de bom a esses legítimos donos da terra hoje chamada Portel é o nome Arucará.

Assisti a um vídeo que chegou as minhas mãos onde os novos administradores mandaram umas máquinas fazer terraplanagem justamente no local considerado de proteção permanente por ser um sítio arqueológico. Porcelanas, vasos de barro, medalhões, moedas que podem valer milhões de reais foram mexidas e foram levadas para sempre desta terra por pura ignorância.

Na manhã do dia seguinte, já em outro lugar da cidade, o bairro da Portelinha, me vi a pensar - só pensar mesmo, pois meus interlocutores não eram páreos para este tipo de discussão - nas futuras mazelas que nosso povo vai encontrar e que, finalmente, as autoridades do futuro vão cair na real e pensarem, como eu, em como resolver os problemas com certeza não foram a nossa bênção. Estes moradores continuarão a ter ameba, com o solo sendo contaminado como está ou mesmo a remoção das árvores nativas com frutos quase desaparecidos como o cutiti.

Bem antes de terminar este texto, quero aqui reafirmar a lenta e gradual morte do igarapé Muim-Muim, uma riqueza a céu aberto que está correndo perigo e nenhuma ação foi feita. Até que vi alguma fagulha de boas intenções misturadas à perseguição política aos adversários que ali tinham adquirido uma porção de terra junto às águas geladas do coador das impurezas do rio Pacajá. Algumas famílias possuem lindos sítios às margens deste poderoso e ameaçado igarapé.

A minha mente é de viajar de ponto a ponto desta terra como nenhuma máquina foi inventada até agora e percorro para outras riquezas como a areia que serve pra edificar prédios e mais prédios não só de Portel, mas de outros lugares que não possuem riquezas minerais como as nossas. Por causa dessas riquezas já houve morte, divulgada pela mídia como apenas caso de bebida alcoólica, mas que tem forte ligação com uma denúncia promovida pelo cidadão pacato, trabalhador e de grande serventia para a comunidade, especialmente no setor de saúde e espiritual. No mesmo rio onde morava este homem assassinado há também uma reserva de seixo que já deixou muita gente endinheirada por aqui e até de municípios vizinhos.


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