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sábado, 31 de agosto de 2013

Z-47 reune com autoridades para dirimir conflitos pesqueiros

Soube que o analista ambiental Antonio Melo, da divisão de fauna e pesca do Pará, estava em Portel, assim como o presidente da Federação Paraense da Pesca em reunião dos pescadores associados à Colônia de Pescadores Z-47, todos no sentido de dirimir situações vivenciadas pelos trabalhadores pesqueiros do município portelense, como de outros municípios, tal é a invasão de território.

Já passava mais de uma hora após o horário previsto para início e só Antônio Melo, do IBAMA, se encontrava presente e só por volta das 11 horas é que chegou o Orlando Lobato, ele que, segundo alguns pescadores, tinha um salário pago com dinheiro da colônia no período em que o falecido Ceró presidia a entidade. Além disso, este homem só vinha à cidade com despesas pagas, como frete de avião e até cerveja paga com o suado dinheiro dos sócios. Para contornar uma parte dessas despesas, os pescadores pediram o corte dessas despesas, uma vez que a própria federação já disponibiliza diárias nesse sentido. Quanto a hospedagens que eram feitas em hotéis e pagos pelos associados, a atual gestão implantou modernas instalações climatizadas, que não perdem para o padrão dos hotéis da cidade, sendo estabelecida nos altos do prédio próprio da entidade, local onde hoje a reunião tomava lugar.

Pescadores me contaram que havia muitas irregularidades na administração da colônia Z-47, além das citadas acima, tanto que os vereadores Adson Mesquita e Jorge Barbosa fizeram denúncias, provocando a vinda da Polícia Federal em busca do então presidente Ceró, que se deslocou para Breves e, em seguida, para o município de Icoaraci, onde se escondeu até as coisas esfriarem.

Do lado de fora, como não suportava mais gente dentro do prédio da colônia, cerca de 120 pessoas se agitavam em busca de água ou sorvete, pois o calor era menor fora do que dentro. "Creio que, com o dinheiro de mais de 3 mil sócios, dá pra comprar ar condicionado e pagar a luz", disse um pescador bigodudo, reclamando do calor intenso. De acordo com alguns pescadores com quem conversei, o valor da mensalidade é de R$ 7,00 (sete reais), enquanto que a inscrição chega a R$ 70,00 (setenta reais), sendo que 20 reais são para pagar dois documentos, o que é feito através de agências bancárias, o resto entra direto na boca do caixa da colônia. Achei estranho que ninguém reclama dessa prática defasada e passível de desvios, pois não deixa rastros.

Como já era por volta das 11 horas e um dos convidados,Orlando Lobato, não chegava, as pessoas já reclamavam de fome, muitos dos quais vindos de locais distantes, como Anapu e Pacajá. E desde as nove horas da manhã havia uma fila que dobrava feito cobra dentro da sede. Uma pescadora loura falava do documento que não tinha cabeçalho, ou seja, as pessoas assinavam o papel em branco. Um senhor disse que aquela assinatura era para verificar quem são os verdadeiros pescadores, pois, segundo ele mesmo, há 90% de falsos pescadores. Ninguém reclamava acerca da assinatura de um papel em branco, especialmente porque a maioria é analfabeta e recorrem aos benefícios da colônia por causa do seguro defeso e nem sequer sabem pescar. Um idoso disse que,caso houvesse um teste para preparar uma linha de pesca com anzol ou mesmo costurar uma rede, os pescadores fictícios seriam reprovados.

É muito bom participar desse tipo de reunião, ma algo me deixou meio chateado, foi quando alguém fez uma oração e disse que as autoridades humanas que ocupam poderes na cidade foram constituídas por Deus. Se eu fosse Deus, processaria esses caras, pois isso é uma afronta diante do que sabemos.

De acordo com o Orlando Lobato, uma das pautas era a captura de peixes no rio Acutipereira, onde há um conflito entre ribeirinhos e pescadores que adentram o rio, mas frisou que tal assunto seria melhor tratado pelo experiente Antonio Melo, do IBAMA,  pela Câmara de Vereadores (??) e pelo Teofro, como uma das lideranças da região do Acutipereira, e também com a participação do público presente e que ainda aguardava o representante do Ministério da Pesca. No mesmo sentido, a presidente da Colônia, Fátima Caldas, pediu às autoridades presentes, ajuda, já que os pescadores pegam gelo, combustível e já saem devendo para os patrões, para, depois, terem seus bens apreendidos pelo IBAMA.

O vereador e presidente da Câmara, Francisco Angelo, também destacou a gravidade do problema, o qual tem notícias através de relatos dos próprios pescadores, que vêm sendo perseguidos enquanto os bandisos estão soltos e que a intenção é que haja um acordo entre pescadores, comunidade, IBAMA e SEMA e que o resultado seja repassado para o poder executivo no sentido de fazer um decreto.

Teofro, ex-presidente do Sindicato Rural de Portel (STTR), disse que já houve muitas dificuldades no rio, mas que grande parte dessas foram resolvidas, tal como a extração ilegal de palmito e madeira, apesar desta última continuar em pequena escala. Destacou a conquista da Gleba do Acutipereira, que veio por meio de decreto do Governo do Estado. Lacerda acredita que é preciso, assim como aconteceu com os ribeirinhos, um planejamento por parte dos pescadores e tal deve ser promovido pela colônia. Hoje, com o avanço da tecnologia, é possível fazer denúncias diretamente da comunidade por meio de celular, inclusive sobre o caso de pescador que chama geleiras de outros municípios, avisando sobre o mapará já está pronto.

A presidente da colônia rebateu a denúncia feita por Teofro, mas nunca ouve falar os nomes dos pescadores que fazem esse chamamento, alertando que as irregularidades serão combatidas e que situações como essas precisam ser esclarecidas, pois os pescadores não podem pagar o preço cometido por um infrator.

Gracionice, que não foi convidada pela Colônia e sim por Teofro,destacou o papel de continuar lutando pela organiação do agricultore no entido de defender os mesmos, sobretudo porque hoje existem leis para isso. Frisou ainda que o trabalhador da zona rural se desloca para a sede do município em busca de trabalho e que a prefeitura não tem condições de oferecer tanto emprego e acaba provocando inchaço populacional, que também aumenta os índices de prostituição, de violência. Gracionice lembrou ainda que há pescadores que não pescam (deixando a plateia congelada) e tais tiram os direitos dos verdadeiros pescadores e ribeirinhos. Sugeriu que a colônia promova discussões, plenárias para formação e compartilhamento de conhecimentos.




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