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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

DIVIDIR É A SOLUÇÃO, POIS SOMOS ABANDONADOS, VISTOS SÓ EM ÉPOCA DE ELEIÇÃO


Quando surgiram as primeiras propostas concernentes ao desmembramento do estado do Pará para dar lugar ao Tapajós e Carajás fiz algumas reflexões sobre a questão e levei isso ao conhecimento de alguns amigos.
Dirigir uma casa simples é muito simples, mas dirigir um castelo ou uma mansão é outra coisa. Foi o que percebi em relação ao alcance dos poderes da administração do meu município, Portel. Tal percepção surgiu quando fui designado professor do sistema modular de ensino médio para a zona rural portelense. Meu primeiro pólo de visita foi a região do Acutipereira, rio Campinas, onde presenciei um grande distanciamento do poder público no atendimento à saúde, documentação, entre outros direitos básicos do cidadão. Aquele povo do Marapijó procura recursos nos municípios vizinhos como Breves, Melgaço e Bagre, inclusive a maioria vota nesses municípios. O produto, que chamou muito minha atenção, a pimentinha, não tem saída em Portel, por isso os produtores vendem, antecipadamente à colheita, para compradores do município de Breves.
Já o povo do Alto Pacajá também desfruta das regalias oferecidas pelo município vizinho de Tucurui, numa viagem que dura aproximadamente duas horas. Para lá se deslocam pessoas para questões de saúde, compras e até para saque de dinheiro em agência bancária.
O terceiro exemplo de falta de alcance é a região do Alto Anapu, que inclusive já citei aqui neste blog o caso da mãe de um aluno meu que confessou não ter outro motivo para vir a Portel, exceto os seus familiares, pois até o dinheiro da aposentadoria é recebido no município vizinho. Ontem, em conversa com Zé Machado, este me falou sobre uma viagem feita àquele rio, onde o anfitrião interessado em comprar madeiras tinha mandado preparar carne de caça, mas como ainda não estava pronta, convidou o Zé para ir ao município vizinho assistir ao Jornal Nacional.
Finalmente falo do município de Pacajás, do qual a professora Zuleide foi prefeita. Aquela região havia prosperado tanto que carecia de uma administração local e a administração de Portel não conseguia atender às suas necessidades. Criou-se então o município de Pacajá, e basta uma conversa com algum morador ainda remanescente dos tempos de isolamento que você vai entender como um território grande causa problemas, principalmente para o comércio.

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