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terça-feira, 5 de julho de 2011

REUNIÃO DA COMISSÃO DO RIO ACUTIPEREIRA E GOVERNISTAS RECEBEM DENÚNCIAS


Moradores denunciam às autoridades do município
As palavras do vice-prefeito, no final da grande reunião da Comissão Dirigente do rio Acutipereira, resumiu bem a situação do abandono das comunidades mais organizadas de Portel, quando este disse que o grande problema que a região do Acutipereira tem é não ter mais se reunido para tratar dos seus problemas.
E tinha toda razão. Oitenta e uma pessoas falaram em um só tom as queixas ao diretor de Ensino, Rosivaldo Paranhos, que assumiu todas as denúncias em nome da secretária de educação, que mais uma vez esteve ausente, desta vez, de acordo com Paranhos, “está se recuperando de uma cirurgia”.
Caminhando para trás
O primeiro cidadão a fazer a denúncia foi o morador da vila Boa Vista, Sebastião, o Sabá, que iniciou sua fala dizendo que as coisas não são resolvidas porque as autoridades convidadas nunca se apresentam para discutir os problemas da comunidade ao serem convidadas, mas que desta vez os comunitários não estavam falando sozinhos. Sebastião falou que as coisas estão caminhando para trás, com problemas que a secretaria não se manifesta, não reúne com a comunidade, como se as pessoas não tivessem direitos, que tem esperado para contribuir, como pai de alunos, por uma educação de qualidade; outra coisa negativa foi quando o Ensino Médio saiu, e seu filho já deveria ter concluído, e isso foi um prejuízo tanto para ele como aluno como para seus pais. A educação não condiz até o momento.
Lucivaldo (Xerengue), da comunidade Menino Deus, rio Mocajatuba, falou sobre a escola, que chovia porque o teto estava furado, e um lugar agradável é fundamental para que as crianças se sintam á vontade para estudar e a escola da comunidade Menino Deus caiu, e esteve com a secretária de educação e até o momento não houve resposta. A comunidade cedeu o prédio da sede comunitária para as aulas se realizassem e não houve resposta quanto à proposta de parceria com a SEMED e a escola de referência, o pólo, Ezídio Maciel, está caindo.
A dirigente da comunidade São Miguel, Walma Pinheiro Teles, disse que está enfrentando dificuldades devido à ausência do professor em sala de aula, pois são vinte dias letivos e só se tem aula em 13 dias do mês, e outra coisa é em relação ao ensino médio, quando são apenas dez alunos e, quando estes passarem, não terão ensino médio; sabe-se que pode melhorar, pois acompanha os noticiários sobre melhorias na qualidade de ensino, mas nas nossas escolas não está havendo essa melhoria, porque o Governo Federal cria esses programas e a realidade no campo precisa melhorar muito, em relação a professor, a estrutura. Segundo Walma, o próprio prefeito falou numa reunião na Aparecida, que as escolas do tempo do Elquias iam cair. Em sua comunidade as professoras dão aula na mesma sala ao mesmo tempo, e acredita que isso não dá condição de aprendizado. Em relação a coordenação, a senhora Walma disse que a Inês convocou a comunidade e alunos para instituir um conselho, houve uma votação, pegaram documentos, depois não houve retorno dos papéis para assinar, e, até o momento, após cobranças, a coordenadora não deu nenhuma resposta.
Martino falou que sua queixa é em relação a professor, questionando se é lícito dar zero ao aluno, porque acha que o professor Paulo Henrique falta às segundas-feiras, e, por isso, achou melhor retirar seu filho da escola. Ante à queixa de sua esposa, o professor disse que podiam denunciá-lo. Disse que o professor é alterado e achou que, para evitar outros problemas, pediu a sua esposa para parar com a questão e retirar o seu filho da escola.
O Raimundo Santana (Dico) falou sobre a comunidade São Miguel, onde tem filhos matriculados, e, ao reclamar, o professor já vem com pedras nas mãos; transferiu seu filho para Portel e este não se acostumou e voltou. Assim, Dico pede compromisso com a educação. Pediu que estivesse presente o diretor, a coordenadora, porque estes diretores estão trazendo seus amiguinhos, e estes fazem o que querem porque tem apoio e a SEMED espera que o diretor leve a informação e esta não chega ao destino. A escola não tem apoio pedagógico, e o diretor transporta a merenda até a escola, mas não conversa com ninguém, mandou um recado para que este pai fosse conversar com ele no Ezídio e não esperou  para conversar com ele naquele momento. Indagou ao diretor de ensino a respeito da situação dos concluintes do ensino médio, pois no tempo do programa Saberes da Terra, quando houve a conclusão do curso, houve uma festa, e a cidade ganhou uma escola técnica e esses alunos estiveram em formatura na Assembléia de Deus; estava lá o Ganzer, o dinheiro estava liberado e que ouviu dizer que outro município ganhou essa escola. Os ganhos do tempo dos Saberes da Terra foram perdidos.
A sindicalista e membro dos movimentos sociais, Osvânia Ferreira, aVanica, ao lembrar que a fala Sabá, na qual dizia que as coisas estão indo pra trás, disse que essas estão indo pra trás na questão da estrutura, da direção e da coordenação, pois as queixas chegam todos os dias ao seu conhecimento no sindicato rural. E é preciso que os pais saibam dos direitos que lhes cabem, tal como o que disse o prefeito ao dizer que as escolas “caixas” estão caindo. No dia em que a coordenação foi entregar merenda, não fizeram reunião com os comunitários que estavam presentes por ocasião do término do culto. A professora não tinha uma relação dos alunos e ela não sabia como começar. Falou ao diretor Angeniro que precisava de uma reunião e este disse que iria fazer uma reunião. Depois de certo tempo, de volta à comunidade, perguntou se o diretor havia feito alguma reunião e os moradores disseram que este não fez nada. Antes as coisas estavam mudando, mas as reuniões eram freqüentes, porém, após ficar ocupada no sindicato, as coisas pararam. Os membros da comissão não levam ao seu conhecimento, apenas nesses últimos dias o Teofro e o Walmir estiveram lá para reivindicar algumas questões que os afetavam. Há professores bons, que receberam capacitação, mas a questão da estrutura é um problema onde à qualquer momento pode haver um desabamento. No tempo da elaboração do projeto político pedagógico, as comunidades reuniam e as coisas estavam andando, mas depois disso as coisas pararam. Não se pode dizer que a educação não está fazendo nada, está, mas precisa melhorar. Juntamente com o Walmir, lutou para que o ensino médio viesse, no entanto as reivindicações pararam.
Dilas falou que o teto da escola de sua comunidade também está caindo, a cozinha não funciona, a merenda corre risco de estragar, não tem uma merendeira, não se pode culpar o professor, que não pode dar sua aula e fazer merenda ao mesmo tempo, assim como se corre o risco de furto, porque isso existe em todo lugar. Pediu que o diretor de ensino fosse lá verificar essas situações.
A dirigente da comunidade São Bento, Maria Madalena, disse que gostaria que o diretor da escola Ezídio estivesse presente, e se agradou de sua administração, no início, mas depois, isso se desfez, quando ele fez uma farra no dia de 18, às vésperas da visita do navio Madona e se repetiu no dia 19 de maio, onde havia gritarias em horários impróprios, depois da meia noite, perturbando o sossego dos moradores mais próximos do alojamento. Disse que o professor é muito rígido no tocante à freqüência dos professores, e isso é um ponto positivo, no entanto ele age de forma muito individualista, e isso torna difícil a tentativa de ajudar.  Este, segundo Maria Madalena, disse que comunidade em parceria com a escola é um problema, e por isso entendeu que ele não trabalha de forma coletiva.
A presidente do Sindicato Rural, Gracionice pediu espaço para fazer alguns questionamentos e, na sua fala, disse que, ao trabalhar no dia-a-dia do STTR, recebe denúncias a todo o contexto social e o sindicato tem competência para resolver algumas questões, e quando não pode, chama quem pode. Esses problemas citados aqui são de competência da comunidade em fazer a denúncia. Quando se fala sobre a competência da direção e da coordenação, há uma pergunta no diagnóstico sobre as reuniões do diretor, e os ribeirinhos afirmam que este não faz reunião. Há políticos partidários que não tem responsabilidade, hoje querem voto e amanhã querem te prejudicar, é preciso ter uma política voltada para a população. Tem brigado tanto com a secretaria estadual para o funcionamento do ensino médio e não foi repassada a matrícula desses alunos que concluíram o ensino fundamental e os responsáveis não tinham resposta para que estes ingressassem no ensino médio. Onde se encontra a secretária para fazer essas verificações? Todo fim de ano há a responsabilidade de fazer matrícula, e é preciso retomar as discussões no rio Acutipereira, porque essas pessoas passaram fome, perderam seu tempo, e as conquistas não podem se perder. Direito só no papel não adianta, o estado não colocou o médio aqui porque o número não condiz com o requerido. Foi uma falha também dos pais, porque, apesar de lutarem, houve essa falta de responsabilidade em dizer se foi ou não aprovado.
Em seguida, após ouvir as reclamações dos ribeirinhos, o diretor de ensino Rosivaldo Paranhos tentou responder:
Sobre as obras e as denúncias que não chegam
Paranhos: Turbilhão de denúncias
Paranhos: Portel é um dos maiores municípios, e o acesso é muito complicado, e, diante disso, quando se pretende fazer chegar nos lugares distantes as políticas públicas se torna difícil, e há um anseio pela educação de qualidade. Tanto se fala em regime de colaboração, a parceria, e, ao assumir a diretoria de ensino, havia 213 escolas, ou melhor, salas de aula, onde se estudava até a 4ª série, e, ao transferir esse aluno, não tinha validade, era pra se “desemburrar” o aluno.
Sobre  falta de recursos e o ensino médio
Paranhos: Tem que se garantir o acesso e permanência dos alunos, e os barcos tem que funcionar, e esse investimento está a ordem de 300 mil reais. Nesse caso, tem que se estabelecer prioridades, tal como o conselho escolar, tem que ver o que é mais prioritário. Depois, foi instalado o módulo, no sentido de ofertar 5ª series, onde se tem um número reduzido de horas, e nenhum professor com formação virá, e a única forma foi implantar nos lugares onde existem alunos nas proximidades, assim o professor vai dar sua disciplina e assim vai se revezando com outros de outras disciplinas. Para existir validade tem que passar pelo conselho estadual, que exige estrutura, professor formado, e assim se anexa cada sala de aula a uma escola da cidade. Cada avanço que se gera, amplia-se mais demanda. Perguntou sobre a demanda, pois se houver uma escola em cada comunidade, pode esquecer as séries finais, nem se pode manter uma servente em cada escola. Pode-se até propor isso ao pretender votos, mas vai desestruturar. Daí a idéia de se colocar todos numa escola grande, onde se reúna todos num só local. A educação tem esse lado histórico de se fingir que se ensina e fingir que se aprende, e hoje há uma demanda e deve-se entender que até hoje a responsabilidade pelo ensino médio é do estado.  O que o município pode fazer é ceder espaço, e o estado tem problema com relação a professor que não quer se deslocar para o interior. Mesmo que se queira, tem que esperar pelo estado, agora mudou de governo e assim muda de secretário e também de política educacional. Aquilo em que o município pode, este entra como parceiro, como na questão de alimento escolar.
Sobre o retrocesso na educação
Cada avanço que se gera, amplia-se mais demanda. Disse em relação a fala do Sabá, ao dizer que anda para trás. Se fosse para gerar voto, colocaria escola de qualquer jeito. Com a preocupação que tem, vê-se a prioridade, como a questão da estrutura, que foi muito questionada na reunião.
Sobre direção e coordenação
A atribuição do diretor é levar as questões administrativas, mas não pode dizer que a parte pedagógica não é com ele, pois não se pode isolar da mesma. O coordenador tem a atribuição de ajudar nas dificuldades, fazer formação dos professores, dar orientação pedagógica aos alunos e aos professores, mas vai da responsabilidade de cada um, pois há aqueles que têm compromisso, e há aqueles que não têm, e, nesse caso, é fundamental as denúncias. Se a gente quer resolver só os problemas pessoais, e a comunidade não interessa, é melhor se isolar numa ilha.
Sobre o fornecimento da energia elétrica
A questão do motor é um exemplo onde houve parceria durante muitos anos e agora que a escola tem seu gerador, não fornece energia para a comunidade. Se der energia para todos, o motor não vai suportar e isso vai gerar uma bola de neve, não haverá como manter.
Denúncias sobre as orgias do diretor e professoras
Em relação a denúncias sobre bebedeiras, vai fazer uma chamada ao diretor assim que retornar a Portel e se tomará algumas providências
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