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sábado, 11 de junho de 2011

COMO VENCER UM EXÉRCITO


Um cara me disse certa vez que sentir e pensar não produz efeitos no mundo real, exceto fazer acontecer, isso sim causa mudanças. Credo, e pensar que eu passei a vida sentindo e pensando. Aí esse bicho me deu uma idéia. Fiz estragos, gente.
Só pra se ter uma idéia, no dia em que eu estava conversando confortavelmente com o prefeito de Portel, o poderoso Pedro Barbosa (dizem que poderoso mesmo é o irmão, Jorge), e, logicamente, para aqueles que suspiram em indagações sobre o motivo de eu estar ao lado de alguém assim, digo que era pura confiança. Creio que a mesma confiança que milhares de portelenses depositaram nesse sujeito quando o elegeram ao cargo de prefeito de uma cidade com pouco mais de cinqüenta mil habitantes. Confiávamos nele porque os administradores de Portel estavam fazendo o dinheiro sumir. Confiei até a data em que ele ligou para a SEMED pedindo solução para um problema e, ao mesmo tempo, assinou um documento que me prejudicou.
Naquele instante, uma eleição para a nova diretoria do sindicato rural de Portel. Nesse ínterim, um indivíduo ligado ao governo (um secretariozinho de merda) ligou para o prefeito relatando como a situação estava. Naquele momento o que interessava aos dois era saber a respeito da chapa. O que eu não sabia era que se processava uma trama para desbancar a ambientalista Vanica, que, coincidentemente, é minha sogra. Pedro disse ao seu interlocutor que não havia uma chapa única, dizendo também que eu estava ali a confirmar a situação. Nesse momento, minha esposa, que é justamente a filha da sindicalista Vanica, me ligou para dizer que a sede do sindicato tinha sido invadida pelos políticos e que Jorge Barbosa tinha mandado toda a sua tropa, aquela que atua nas frentes de campanha e boca de urna. Informou que o vereador Preto da Marina também estava lá. Disse que era pra ela se acalmar, que eu daria uma solução. O que eu não disse foi que, na verdade, não tinha nada planejado. Mas o Rei do Improviso nunca teme o futuro. E lá fui eu. Despedi-me do Pedro, na maior inocência a respeito de uma trama armada contra a Vanica e sua turma. Porém, antes que eu saísse da casa do Pedro pela última vez na vida, ele me falou que sua vontade era que todos permanecessem juntos, numa diretoria onde cada um ficasse arranjado sob uma diretoria e não se promovesse a divisão. Temia, segundo ele mesmo, que uma cara como o Zé Diniz assumisse o governo e não desse espaço aos organismos não-governamentais.
Quando eu cheguei à sede do sindicato rural, optei entrar pela porta dos fundos e vi caixas térmicas (isopor) com a inscrição CIKEL na tampa, num óbvio apoio ao candidato à reeleição TEOFRO LACERDA. No auditório, como parte da tropa, uma conhecida traficante de drogas fazia campanha para Teofro, no estilo boca de urna, característico do período eleitoral do município. No meio da multidão encontrei minha esposa que logo me informou sobre o furto de uma agenda. Um cara, morador da vila Campinas, rio Acutipereira, me falou que viu UM vereador passar com uma agenda vermelha. Outro morador do rio Anapú, o qual estava próximo da gente, me contou que viu o vereador O VEREADOR a folhear uma agenda vermelha atrás do depósito da fabriqueta de bloquetes. Aí surgiu um relampejo. Aquele que todo gênio (parece que eu me acho) sente ao aparecer uma grande idéia.
Como a informação que tínhamos apontava para o depósito, resolvemos fazer campana em frente do mesmo. Há uma casa construída em alvenaria, creio que pertence a uma senhora chamada Jaurimar, e lá permanecemos até que aparecesse alguém para resgatar a tal agenda. Em seguida, vimos o próprio prefeito se aproximar dos veículos estacionados ali, provavelmente permaneciam ali para reparos, pois grande parte dos caras ali de serviço eram mecânicos. Pedro estava trajando bermudas, chinelo e uma camisa pólo. Com sua aproximação pelo centro da rua da vivência, fez com que os caras dali fossem em sua direção. E, nesse momento, um assessor de Jorge Barbosa, chegou de moto. Saiu dali da casa do Eguimar, onde o Jorge Barbosa implantou um quartel general para comandar a eleição do Teofro Lacerda. No quartel provisório estavam o Barão, o Naldir e mais uma dezena de outros asseclas (puxa-sacos, popularmente falando). O governo tinha muito interesse em promover a reeleição de Teofro, sobretudo porque este estava envolvido no projeto da Ilha Grande do Pacajaí (clique aqui).
A idéia foi basicamente simples. Não abordaríamos o ASSESSOR, apenas ficaríamos olhando o destino que ele daria àquela agenda. Vimos o livro sob a sua camisa. Estava claro o que se processava naquele momento. Nós o vimos seguir para a residência do Jorge Barbosa. Conclusão: vamos espalhar a notícia. Estressadinho como o ASSESSOR é, bastava divulgarmos que alguns dos asseclas levaria a notícia. Deu certo. O VEREADOR agrediu Miguel Calixto, uma das testemunhas. No tumulto, minha mulher tentou fotografar a agressão, e foi impedida violentamente pelo ASSESSOR, que bateu em seu braço. Pedi que minha mulher continuasse a falar. Aí o cara partiu em sua direção, exigindo que ela mostrasse provas. Entrei em cena e disse que eu também vi. E este perdeu o controle emocional. Tentou me agredir. Dezenas de eleitores viram a cena. Criou-se um cenário de antipatia ao grupo que apoiava Teofro. Era revolta pura. Naquele momento acreditei que nós tínhamos virado o jogo. Gracionice seria a presidente. Um governo inteiro, um aparato municipal, derrotado. E a arma foi parecida com a dos gregos e o Cavalo de Tróia: simples e funcional. Foi assim que Gracionice chegou ao cargo de presidente do Sindicato Rural de Portel.
Tentativa de arrombamento do sindicato
Durante a madrugada que antecedeu a eleição da nova diretoria do sindicato rural, houve uma tentativa de arrombamento da porta lateral da entidade. Mas a Vanica decidiu dormir no STTR naquela noite porque, segundo ela, conhece os adversários,  e dessa forma frustrou os planos dos arrombadores.
De acordo com os diretores da atual administração sindical, os invasores pretendiam tomar posse das fichas sindicais para quitar débitos e dar legalidade aos eleitores inadimplentes junto á instituição, uma vez que só podem votar aqueles associados quites com suas obrigações sindicais.
O caso da agenda
De acordo com a Gracionice, o governo municipal estava em busca de provas de laços empregatícios entre ela e a prefeitura e tais evidências, caso se concretizassem, poderiam ser usadas para obstruir a chapa eletiva. O leitor pode achar estranho que um governo não tenha controle sobre suas responsabilidades, mas é o que ocorre nos governos de conchavos, pois muitos acordos são feitos e, nesse caso, a SEGAF – Secretaria municipal de gestão e administração financeira – pertence ao PT. Esta fez parte do acordo político de adesão do PT local ao PMDB de Pedro Barbosa. Gracionice negou ter cargo comissionado ou assessoria especial nesse governo.
Apoiada e pressionada pelas testemunhas, Gracionice se dirigiu a delegacia para registrar queixa sobre o furto da agenda vermelha, mas não havia ninguém para receber a denúncia.
Em tempo: Gracionice fez registrou um B.O na unidade policial de Portel. Veja cópia do documento.

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