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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

OS ERROS DA ANA JÚLIA CAREPA

Petistas analisam os erros da campanha da governadora Ana Júlia Carepa no blog do antenado repórter Paulo Bemerguy. os marqueteiros baianos exageraram na dose de acarajé, mostrando na televisão uma Ana Júlia abonecada, pequena burguesa, dondoca, com terninhos chiques e colar de pérolas. Mas, a 11 dias das eleições - e com uma rejeição galopante de 42%, segundo o Ibope - e 500 mil votos atrás do candidato do PSDB, Simão Jatene, a festa petista acabou. Inês é morta!
Nota pinçada do blog do repórter Paulo Bemerguy
Petistas – segundo os militantes, os verdadeiros, os históricos, os genuínos se mostravam preocupados com a performance da campanha da governadora Ana Júlia nesta reta final do primeiro turno.
O blog conversou com alguns deles.
Todos confiáveis
e ponderados, todos torcendo para que Sua Excelência revertesse a situação em que se encontrava e passasse para o segundo turno.
Mas todos convictos de que, para evitar uma derrota para o tucano Simão Jatene já no primeiro turno, seria preciso que muita coisa mudasse.
E que mudasse imediatamente.
E mudasse da água para o vinho.
O punhado de petistas apontou quais os principais erros, os mais notáveis e decisivos erros, os crassos erros na área de comunicação da campanha petista para o governo do Estado.
Os erros podem ser resumidos em três:
1 – Erro de conceito – Ana Júlia teria errado porque insistiu na tese da campanha desenvolvimento, insistiu em bater na tecla do desenvolvimento. O mesmo erro de Oziel Carneiro (“O Pará vai disparar”), quando disputou e perdeu para Jader Barbalho em 1982; o mesmo erra de Sahid Xerfan, quando perdeu para Jader; o mesmo erro de Jarbas Passarinho, quando perdeu para Almir Gabriel; o mesmo erro de Almir Gabriel, quando perdeu para Ana Júlia; e o mesmo erro agora de Ana Júlia. Num Estado como o Pará, com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) em níveis africanos, falar em desenvolvimento soa ora como escárnio, ora como discurso desprovido de sentido. Não tem outra saída: a campanha de Ana Júlia teria que insistir no social.
2 – Erro de imagem – A imagem da governadora que é mostrada na televisão é muito diferente da guerreira, da lutadora, da mulher destemida, da mulher sintonizada com o povo, da mulher que fez sua trajetória a partir dos movimentos estudantis e sindicais. Ana Júlia, segundo a avaliação ouvida pelo blog, é mostrada quase com uma rainha da Inglaterra, muito produzida, muito arrumada, uma dondoca, praticamente. Entre os que a veem na telinha dessa forma, a tendência é não votarem mesmo nela. Ao contrário, os petistas reconhecem que, na campanha tucana, Simão Jatene vem sendo mostrado como alguém que tem uma grande intimidade com o eleitor, com o telespectador. “Ele passa aquela imagem do teu antigo professor de matemática, do cara bom, do cara que trava logo uma enorme intimidade, uma enorme sintonia contigo”, compara um dos petistas.
3 – Erro de não aceitar o confronto – A campanha de Ana Júlia teria errado por se mostrar passiva, lerda, lenta, tardia demais para reagir aos ataques à imagem da governadora. Um dos petistas lembrou que, em alguns círculos, chamam a isso, jocosamente, de síndrome do corno. É como o sujeito que de manhã passa na casa do vizinho e grita: “Cornoooo”. O vizinho não reage. No segundo dia, a mesma coisa; no terceiro, idem; e no quarto, no quinto... Até que o vizinho corno começa a reagir. Quando reage, além de corno, acham que ele também é agressivo. No caso de Ana Júlia, a avaliação é de que a reação reflexa aos ataques praticamente não houve. E seus adversários conseguiram consolidar uma imagem negativa da governadora.
Os petistas ouvidos pelo blog não concordam, em hipótese alguma, que as poucas obras creditadas à gestão de Ana Júlia representam empecilho de monta para sua baixa performance eleitoral.
Em reforço a essa convicção, lembram Duciomar, o Costa, o huno, Duciomar Costa, o prefeito de Belém, que tinha uma rejeição acima de 70%, não podia nem sair na rua, mas mesmo assim ganhou a eleição do peemedebista José Priante.
Os petistas revelam até a convicção de que os números do governo Ana Júlia seriam muito mais positivos, mais favoráveis do que os relacionados ao governo Jatene, ainda que essa mesma comparação não se sustente quando considerados os 12 anos seguidos de tucanato no Pará.
Mas acham que, independentemente de acharem que Ana Júlia fez um governo melhor que o de Jatene, essa realidade não está chegando ao eleitor.
E o eleitor passa a preferir outros, que não Ana Júlia

A derrota no segundo turno

Quais as razões da derrota da governadora Ana Júlia Carepa (PT) na disputa do governo do estado. O antenado repórter Paulo Bemerguy enumera em seu blog. Veja:
1. Ana Júlia revelou-se de uma inexperiência administrativa atroz. Revelou-se de uma inexperiência administrativa de efeitos devastadores. Até ser governadora, ela só havia administrado o Sindicato dos Bancários. Não fora submetida, até aquela altura, ao teste de gestão nem mesmo quando chegou a ser vice do prefeito Edmilson Rodrigues, então no PT. Isso porque Ana Júlia foi prefeita em exercício.
2. A inexperiência administrativa de Ana Júlia sobressaiu em dois casos por si sós emblemáticos e ambos de repercussão nacional. O primeiro deles ocorreu em fevereiro de 2007, quando a governadora assinou decretos nomeando sua cabeleireira, Manoela Figueiredo Barbosa, e sua esteticista, Franciheli de Fátima Oliveira, como assessoras especiais, lotadas no gabinete da governadoria. O segundo, de repercussão igual – senão maior – que o anterior, consistiu também na nomeação da performática Elida Braz, Senhora Kaveira, para assessora especial da Governadoria.
3. A inexperiência administrativa da governadora, em tese, não seria um problema de monta. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também não tinha nenhuma vivência administrativa, a não ser nos sindicatos que dirigiu. Mas, uma vez presidente, acercou-se de bons quadros e fez o governo mais popular da história do País. Ana Júlia não. Desde o primeiro momento, deixou-se agrilhoar, deixou-se ficar algemada, deixou-se cair como refém de um quarteto que também ficou conhecido como núcleo duro do governo.
4. Refém do núcleo duro, Ana Júlia não viu mais o PT à sua frente. Não viu mais o partido. Não o reconheceu mais como uma legenda orgânica, que poderia lhe dar sustentação. Passou a divisar apenas o núcleo que a mantinha refém e, em consequência, passou a ter olhos apenas para os interesses da Democracia Socialista (DS), a minúscula, inexpressiva tendência petista a que pertence a própria governadora.
5. Sob a tutela dos luas-pretas da DS, Ana Júlia pôs em andamento e turbinou aquela que foi a pior, a mais atabalhoada, a mais disparatada, a mais emperrada e a mais ineficaz articulação política já posta em prática por um governante no Pará. A articulação política, conduzida por seu chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, revelou-se, além do mais, conflitante e conflituosa depois que ele, mesmo na condição de um dos quadros mais influentes do governo, começou a notabilizar-se como pré-candidato a deputado federal, cargo para o qual acabou se elegendo.
6. O próprio PT, partido da governadora, foi uma das vítimas da desarticulação empreendida com notável desenvoltura pela Casa Civil do governo, durante a era Puty. Em meados de 2009, o poster ouviu de viva voz, da assessoria de um parlamentar petista, que o deputado não conseguia falar havia semanas com a governadora. E ele, o deputado, não queria pedir nada. Ou por outra, queria pedir, sim, mas informações circunstanciadas sobre determinada matéria para defender Ana Júlia de críticas ferozes que ela vinha sofrendo na Assembleia.
7. Na articulação política desastrada, conduzida pelo então chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, está a gênese, em boa parte, das dissensões e dos conflitos que levaram ao afastamento do PMDB e, posteriormente, ao rompimento da legenda com o governo, jogando por terra a possibilidade de se manter a aliança desde o primeiro turno das eleições deste ano.
8. A nomeação de Everaldo Martins para comandar a Casa Civil mudou da água para o vinho, mudou do péssimo para o muito melhor a qualidade da articulação política do governo Ana Júlia. Mas já era tarde. Everaldo só assumiu o barco em março deste ano. Havia pouco tempo para juntar os cacos e restaurar os vínculos políticos que seu antecessor esfacelara irreversivelmente.
9. Da mesma forma, Ana Júlia tomou muito tarde a decisão de mexer na Comunicação do governo. Durante a maior parte de seu governo, essa área foi impalpável, inexistente. Não se sabe se nada divulgava porque não sabia como divulgar ou porque obras não havia para serem divulgadas. De meados do ano passado para cá, a Comunicação, mas também não conseguiu, sozinha, reverter situações que já haviam causado enorme desgaste à imagem da governadora.
10. E por falar em obras... O governo Ana Júlia acordou da letargia na onda do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Mas isso também já foi tarde. E o PAC esteve sempre associado ao governo federal, ao governo Lula, e muito pouco aos governos estaduais. Resultado: até inaugurar uma cozinha industrial no Hangar, Ana Júlia pouco ou nada tinha para mostrar. Quando passou a ter alguma coisa para mostrar, não havia mais tempo para que isso se convertesse em votos. E votos, como se sabe, são essenciais para eleger e reeleger um governante, não é?
11. O enclausuramento de Ana Júlia e a dificuldade de seu governo em se comunicar levaram Sua Excelência a ficar acuada em três momentos dos mais críticos. No caso da menor presa e seviciada numa cela de presos em Abaetetuba, no caso da mortandande de bebês da Santa Casa e no caso dos kits escolares. E olhem que, no caso da menor, o delegado-geral Raimundo Benassuly primeiro se exonerou do cargo, depois de uma declaração infeliz. Passados alguns meses, o que fez Ana Júlia? Reconduziu-o ao posto.
12. A governadora também perdeu porque, no afã de se eleger, não mediu escolhas, não selecionou aliados, não passou no crivo os adesistas à sua candidatura. Quem se alia a um Duciomar Costa, o pior prefeito que Belém já teve em toda a sua História, não quer, sinceramente, ganhar uma eleição. E quem se alia a Almir Gabriel se vê forçada a fazer certas revisões históricas que conduzem a vergonhosas, a constrangedoras contradições com trajetórias políticas como as de Sua Excelência a governadora Ana Júlia.
13. E por último, mais não menos importante, Ana Júlia não se reelegeu porque escolheu mal a agência que fez a sua propaganda, a baiana Link. E o escolher mal, como aqui está posto, nada se deve ao fato de a Link ser baiana, mas porque a agência nunca esteve linkada com as peculiaridades de campanhas como as que se desenvolvem no Pará, que são diferentes das que ocorrem na Bahia, ou em Pasárgada ou até no Afeganistão. Assim, três grandes erros na campanha foram, também eles, decisivos para a derrota da governadora.
Essas são, digamos, as razões no atacado.
São 13 razões ao todo.
Mas razões outras há, é claro.
São, todavia, razões no varejo.
Quanto a essas, os petistas, eles próprios, haverão de desvendar.
Nos próximos dias.
Nas próximas semanas.
Nos próximos meses.
Nos próximos anos.
Portel
O primeiro turno foi marcado pela ausência física do prefeito Pedro Barbosa. Cauteloso e dotado de uma visão de futuro, Barbosa passou a bola aos petistas e só veio aparecer em público na última semana que antecedeu o primeiro momento da eleição para governador do estado do Pará já na esquina da 2 de fevereiro com a Manoel Antônio Fialho.
Antes disso, uma reunião na praça do bairro Cidade Nova deixa o povo confuso. Ali a imagem de pessoas ligadas ao governo municipal e ao PSDB se confunde com os dois pilares da Secretaria de Educação: Rosângela Fialho, titular da secretaria, e Jorge Barbosa, o presidente da Câmara Municipal e irmão do prefeito Pedro Barbosa, sobem em palanque montado especialmente para a campanha do cassado Luis Rebelo. Vários políticos deixam de apoiar um filho portelense para apoiar um brevense.
Ainda no primeiro turno, o vereador Mauro Bentes pede votos para o cunhado, o Dr Miro, e, ao mesmo tempo, ao candidato a governador do Estado, Simão Jatene.
No segundo turno, os reflexos do primeiro turno se mostram mais claros. A apatia tomava conta da coordenação da campanha, trocada após a pífia condução feita pela irmã do vice-prefeito Carlos Moura, Janice Moura. Luciano Fonseca, Jerson Pereira e Fábio Moura (irmão do vice-prefeito) assumiram a coordenação num momento ruim, pois a governadora candidata se mostrou fraca no primeiro turno em todo o estado e, consequentemente, perdeu possíveis investidores. Fábio abandona a coordenação alegando que há uma inércia nos colegas.
Para piorar, em  reunião da cúpula do poder municipal, Jorge Barbosa determina que os diretores façam a campanha do interior. Cada professor passa então a receber recursos (quinhentos reais) e fazem farra com cerveja.  O resultado não podia ser outro. No Elmo apareceram somente 6 votos para Ana Júlia e 1.... para Jatene. Tal fracasso se repete na Cikel, setor onde o homem forte do Paixão é diretor, Porcão, obtendo o fraco montante de 9 votos para Carepa e 1.... para Jatene. Segundo se sabe, alguns desses diretores pretendem ser candidatos a vereador em 2012.

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